Por:
ANDERSON SANTOS MADEIRA
EMERSON IZIDORO
OTÁVIO JOÃO MORAES NETO
RANGEL RUFINO
RONALDO PEREIRA
INTRODUÇÃO
Para quem nunca estudou economia, imagina que ela é uma ciência relacionada somente às grandes movimentações financeiras, às formosas bolsas de valores ou até mesmo às despesas de um país. Porem ao torna-se mais íntimos desse universo, deparamos com uma ciência ligada aos nosso hábitos, comportamentos de consumo e preferencias. A economia não destoa de nosso cotidiano, ela está li nos mínimos detalhes, em nossas roupas ou no famoso chorinho na hora de comprar. Enfim estudar economia é verificar como os comportamentos dos consumidores afetam diretamente na política das organizações e estrutura do mercado. E é sobre uma estrutura de mercado especifica que este trabalho ira abordar. A estrutura de um mercado é como tais produtores de um setor de bens de consumo, irão se posicionar frente ao mercado consumidor de acordo com o produto ofertado e sua aceitação.
Aqui abordaremos sucintamente a concorrência monopolista, uma estrutura formada por um grande numero de empresas produzindo mercadorias muito semelhantes, mas não idênticas, o que deixa cada empresa em posição de igualdade com os demais, pois produz substitutos próximos ao das demais empresas, não se destoando de todo o setor, com altos lucros.
Definição de Mercado
É o local no quais agentes económicos procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. Os mercados tendem a equilibrar-se pela lei da oferta e da procura. Em qualquer mercado uma das variáveis chave é o preço, o qual mede o valor do bem em termos monetários. Funcionam como indicadores quer para os compradores, quer para os vendedores: se os consumidores querem mais de um bem, o seu preço aumenta; este aumento cria um incentivo a quem quer vender para que aumente a sua oferta. Desta forma será restabelecido um equilíbrio de mercado. Por outro lado, se a procura de determinado bem diminui, os vendedores têm incentivos a reduzir os preço afim de reduzir os seus stocks; desta forma, com preços mais baixos, mais compradores procurarão o bem. Novamente é assim restabelecido o equilíbrio de mercado. Os preços coordenam as decisões de quem quer vender e de quem quer comprar. Uma subida dos preços contribui para a redução da procura dirigida ao bem em causa; por outro lado constitui um incentivo para que os vendedores desejem vender mais. Pelo contrário, uma descida dos preços leva a um aumento das intenções de compra e em simultâneo a uma redução das intenções de compra.
A concorrência
Para a teoria econômica convencional, a noção de concorrência veio a ser associada com a ausência de poder de mercado (o poder de efetuar alterações no preço ou na qualidade do produto). Há uma certa sensatez nesse uso do termo. A concorrência é vista como a antítese do monopólio. O monopólio é identificado com o poder de determinar um preço sem ter de se preocupar com se isso vai encorajar os potenciais consumidores a procurar um negócio mais favorável. A concorrência é, portanto, sensatamente entendida como uma situação nos mercados na qual tal poder de monopólio está ausente. A concorrência Monopolista, por sua vez, veio a significar uma Situação de mercado entre a concorrência perfeita e o oligopólio e que, na prática, corresponde à grande maioria das situações reais. Caracteriza-se, sobretudo pela possibilidade de os vendedores influenciarem a procura e os preços por vários meios (diferenciação de produtos, publicidade, localização, dumping). Quanto maior a diferenciação do produto mais a empresa, que o produz, pode controlar o preço.
Concorrência Monopolista
A concorrência monopolista é a disputa por um mercado de bens e serviços, entre produtores, com o propósito de conseguir uma fatia maior de clientes, em que as variáveis que orientam essa concorrência são: o preço, a qualidade e a imagem do produto, sua disponibilidade nos pontos de venda frente aos consumidores, e ainda, é caracterizada pela substituição próxima de produtos diferenciados. A concorrência monopolista, também chamada de concorrência imperfeita, é uma estrutura de mercado em que são produzidos bens diferentes, entretanto, com substitutos próximos passíveis de concorrência, desse modo, o grande número de empresas justifica a palavra concorrência, e a diferenciação dos produtos justifica a palavra monopolista.
O modelo de concorrência monopolística
Este modelo de competição de mercado tem várias características cruciais. Os produtos produzidos devem ser quase idênticos. Os consumidores têm preferências com base em sua percepção da diferença. Os lucros não são feitas através da redução de custos, mas enfatizando a diferença entre o seu produto e o produto seu concorrente. Nenhuma distinção preço real existe entre as empresas neste campo. Finalmente, entrar e sair do mercado é fácil. Essas características criam um mercado competitivo que é monopolista, porque cada marca do produto quase idêntico tem os seus devotos. Estes devotos vão comprar esse produto neste mercado exclusivamente porque há pouca diferença de preço. É tudo sobre a preferência e percepção.
Figura 01 - Características dos modelos de concorrência
Fonte: http://pgderolle.files.wordpress.com/2013/06/concorrc3aancia.jpg
Decisões de saída
Cada empresa neste modelo tem a sua quota de mercado que se dedica a marca particular. A empresa produz para esta fatia do mercado, o que, tudo o resto igual, domina em um sentido monopolista. A empresa não se atreve a alterar os seus preços como que levará seus devotos a reavaliar suas preferências. Há devotos de Coca-Cola e Pepsi devotos. Os preços entre estes dois gigantes da cola são mínimas, e cada firma produz seus produtos para atender a sua quota deste mercado imenso. Se uma nova empresa entra neste campo, ele irá criar o seu próprio conjunto de devotos, o que significa que a Coca e a Pepsi terá de campanha para enfatizar suas diferenças e reduzir a produção na proporção da participação da nova empresa de mercado.
As decisões de preço
Parte do modelo de mercado de concorrência monopolística salienta que os preços não são um problema. Na verdade, este modelo geralmente mantém que as empresas não têm controle sobre os preços, o mercado faz. Os preços são influenciados a se tornar idêntico entre todos os concorrentes. Se a Coca-Cola e Pepsi são confrontados com um novo player no mercado, com os bolsos cheios e uma campanha publicitária nova e poderosa, os preços vão cair rapidamente mais perto do custo marginal. Isso significa que a Coca ea Pepsi vai ver a sua ascensão como seus custos marginais mesmas plantas e equipamentos estão a fazer menos unidades de seu produto. Portanto, os preços são ditados pelo mercado, e não a empresa.
Geração de Lucros
Este modelo sustenta que os lucros são feitas no curto prazo. Eles são baseados em convencer o mercado de que seus produtos são diferentes em tipo, se não no preço. Quanto maior esse nível de devoção com base nesta percepção, maiores os lucros de curto prazo. É em grande parte com base na natureza de embalagens e publicidade. No entanto, com empresas novas entrando neste mercado e buscando uma parte do mercado com base neste mesmo conceito em grande parte falsa de diferenciação, os lucros vão cair. Desse modo, cada firma individualmente defronta com uma curva de demanda(D) por seu produto negativamente inclinada. Sobre essa curva de demanda, cada firma se comportará como um monopolista comum, produzindo no ponto em que seu custo marginal(CMg) se iguala a sua receita marginal(RMg).
Figura – 02 Grafico de lucro a curto prazo
Fonte: http://www.eco.unicamp.br/
O cenário de longo prazo é que os lucros em breve será idêntico aos custos marginais e sair do mercado será o resultado. Cada empresa tem monopólio sobre seu produto, mas muitas outras empresas têm produtos e competem pelos mesmos clientes. Como podemos verificar, no nível de produção que iguala o custo marginal e a receita marginal, o preço de demanda é superior ao custo médio, de modo que a firma está obtendo um lucro econômico puro positivo igual a área retangular em azul. Todavia, se há livre entrada nesse mercado, a existência de um lucro econômico puro deve atrair novas empresas para esse setor. Essas novas firmas deverão produzir substitutos próximos ao produto da primeira firma. Com isso, a curva de demanda dessa firma deve ser reduzida, em virtude da existência de um número maior de substitutos. O estimulo à entrada de novas firmas só acabará quando todo o lucro econômico puro for eliminado. Isso ocorrerá quando a curva de demanda individualmente de cada firma tangenciar a curva de custo médio, conforme ilustra o gráfico 3. Quando isso ocorrer cada firma estará operando com lucro zero exatamente no ponto de tangencia dessas duas curvas
Figura – 3 Gráfico Lucro a curto prazo
Fonte: http://www.eco.unicamp.br/
A demanda e a oferta da firma
A diferenciação e a ampla variedade de produtos similares e substitutos são de tal ordem que a concorrência monopolista não se dá entre empresas de um mesmo setor da economia, mas entre empresas de diferentes setores, que produzem bens e serviços que concorrem entre si, ainda que indiretamente. Sob estas peculiaridades, cada empresa define sua própria política de preços, tentando sustentá-la pela diferenciação de seu produto.
A diferenciação pode ser resultante de qualidade, de marca, de imagem, de desempenho ou de design do produto. Importa apenas que ela seja percebida e valorizada pelo consumidor, que poderá estar até disposto a pagar pelo produto diferenciado uma espécie de preço prêmio: ele premia a empresa, pagando preços mais altos que os praticados por suas concorrentes, desde que a diferenciação o satisfaça, justificando esse comportamento aparentemente irracional. O produtor que conseguir diferenciar seu produto, conquistando a confiança do consumidor quanto à qualidade percebida, poderá praticar preços superiores aos de seus concorrentes e venderá mais, monopolizando então o segmento de mercado em que atua e, consequentemente, mais competitivo se tornará, sem dizer que a curva da procura de seu produto refletirá, ao longo de toda a escala de quantidade. Mas, a conquista dificilmente é definitiva: o consumidor estará sempre sujeito à tentação da substituição, a experimentar o similar, rompendo a fidelidade. Onde quer que haja possibilidade de diferenciação do produto, podem estabelecer-se as condições típicas da concorrência monopolista, uma estrutura de mercado caracterizada, em síntese, pela existência de grande número de empresas com produtos diferenciados, correspondendo ainda, a um grande número de situações efetivamente encontradas na realidade dos mercados.
Exemplos de concorrência monopolista
- Lanchonetes: Mc Donald’s, Giraffas, Habib’s, Burguer King, Bobs;
- Empresas de Informática: Apple, Compac, HP, Sony;
- Revistas: Época, Isto é, Contigo.
- Restaurantes: Pizzarias, Comidas Regionais, de Comida Japonesa, etc...
- Sabão em pó: OMO / ACE / SURF, etc...
- Perfumes e Cuidados Pessoais: Natura, Boticário, Avon, Água de Cheiro.
- Pastas dentais: Kolynos, Sorriso, Even, etc...
- Inseminação artificial: a inseminação artificial de uma matriz pode ser feita por uma grande variedade de sêmens concorrentes, todos de reprodutores de alto valor genético e de alta linhagem.
Cada um, porém, possui características próprias e diferenciadoras, que são de certa forma, monopolizadas pelo concorrente.
Concorrências monopolística no mercado de refrigerante e café
Os mercados de refrigerantes e de café ilustram as características da competição monopolística. Cada um deles tem uma variedade de marcas que aprestam ligeiras diferenças, mas que são substitutas próximas umas das outras. Embora o consumidor do café Damasco dificilmente abandone essa marca por ter um aroma ou conteúdo de cafeína diferente do café Ponto, assim como o consumidor de Coca-Cola e o de Pepsi, essa lealdade é geralmente limitada. Se o preço de um ou outro desses produtos se tornasse substancialmente mais alto do que as demais marcas, você e a maioria dos outros consumidores que vinham adquirindo o café Damasco, provavelmente iriam substituí-lo por outras marcas. Nesses termos, o que define esse mercado são, antes de tudo as elasticidades, que se traduzem pelo comportamento e fidelidade do consumidor pro uma ou outra marca.
Implicações Decorrentes da Concorrência Monopolística
Há três implicações fundamentais decorrentes da existência de situações de concorrência monopolista na economia, conforme pode ser visto na figura abaixo:
• - Do ponto de vista do Bem-Estar Social: considerando que o bem-estar social é uma função direta da utilidade sentida pelos consumidores ao consumir, e que a utilidade, por sua vez, é uma função direta das quantidades consumidas, como em concorrência monopolista as quantidades produzidas tendem a ser menores do que numa situação de concorrência perfeita, há uma perda de bem-estar decorrente de uma menor produção e de um menor consumo por parte da sociedade.
• - Do ponto de vista da Distribuição da Renda: como em situações de concorrência monopolista os preços tendem a ser muito maiores do que em situações de concorrência perfeita, maiores preços levam a maiores lucros empresariais, favorecendo a distribuição da renda nacional em favor dos lucros e em detrimento dos salários (Pm>Pc); e
- Do ponto de vista da Regulação Estatal: a existência de situações de monopólio ou de reduzida concorrência demanda a necessidade de regulação estatal para evitar situações de excessiva concentração de poder econômico por parte das empresas envolvidas.
CONCLUSÃO
A pesquisa realizada mostrou que a Concorrência Monopolista é uma forma de concorrência imperfeita, e corresponde a uma situação em que existem numerosas empresas no mercado, mas, que oferecem produtos ou serviços heterogêneos, porém, de substituição próxima, em relação aos demais concorrentes. Percebe-se também, que a tendência natural de todo comerciante é maximizar seu lucro, e a de todo comprador é buscar o menor preço possível, mas, nessa estrutura de mercado, o cliente pode até pagar um preço maior se o vendedor conseguir diferenciar seu produto quanto a sua qualidade, adquirindo então, a confiança do cliente Contudo, onde quer que haja possibilidade de diferenciação do produto, constata-se a concorrência monopolista, correspondendo ainda, a um grande número de situações efetivamente encontradas na realidade dos mercados.
REFERENCIAS
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Rio de Janerio: Campus, 1999.
PINDYCK, Robert S, RURUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São Paulo: Makron Books, 1994
KUPFER, David. Economia Industrial: Fundamentos Teóricos e Práticos no Brasil. Rio
de Janeiro: Campus, 2002